Bullying prejudica os trabalhadores. Os gestores devem minimizar a probabilidade de bullying, implementando medidas de controle, como um código de conduta, procedimentos de denúncia de comportamento irracional e treinamento de gerentes.
Embora a empresa deva lidar efetivamente com o problema, todos têm um papel a desempenhar nesse processo.
Este artigo discute alguns dos sinais e efeitos do bullying corporativo. Também aborda seu impacto no local de trabalho e sugere práticas de como combater na sua empresa, prevenindo este tipo de comportamento.
Para entender melhor…
Com o RHbot você encontra o talento ideal para cada vaga, criando um processo seletivo mais ágil e assertivo. Automatizando processos você elimina erros e economiza dinheiro! Cadastre-se no link abaixo, experimente nosso sistema online de forma gratuita e transforme os resultados do seu RH.
O que é bullyng?
Bullying é quando as pessoas repetidamente e intencionalmente usam palavras ou ações contra alguém ou um grupo de pessoas para causar sofrimento e risco ao seu bem-estar.
Essas ações geralmente são exercidas por pessoas que têm mais influência ou poder sobre outra pessoa, ou que querem fazer outra pessoa se sentir diminuída ou desamparada.
Bullying não é o mesmo que conflito entre pessoas, como uma briga, ou não gostar de alguém, mesmo que as pessoas possam praticar bullying umas com as outras por causa de conflito ou antipatia.
O bullying pode acontecer em qualquer lugar.
Pode ser nas escolas, em casa, no trabalho, em espaços sociais online, por meio de mensagens de texto ou por e-mail.
Pode ser físico, verbal, emocional e também inclui mensagens, declarações públicas e comportamento online com a intenção de causar sofrimento ou dano, também conhecido como cyberbullying.
Mas, não importa a forma que o bullying assuma, os resultados podem ser os mesmos: sofrimento e dor severos para a pessoa que está sendo intimidada.
E o que é bullying corporativo?
O bullying corporativo pode envolver discussões e grosseria, mas também pode ser mais sutil.
Outras formas de bullying incluem:
- excluir e ignorar as pessoas e suas contribuições;
- sobrecarregar as pessoas com trabalho;
- espalhar rumores maliciosos;
- tratamento injusto;
- implicar ou prejudicar alguém regularmente;
- negar oportunidades de treinamento ou promoção;
- usar as redes sociais para humilhar, ameaçar ou ofender.
O bullying também pode acontecer por e-mails ou telefonemas.
É importante entender, no entanto, que certas ações podem parecer injustas, mas elas não necessariamente envolvem bullying.
Por exemplo, seu chefe pode demiti-lo, transferi-lo, não promovê-lo, discipliná-lo ou direcionar e controlar o trabalho que você realiza, desde que a decisão e a maneira como ele informa suas ações sejam razoáveis.
Feedback legítimo do seu chefe, mesmo que seja negativo, não é bullying.
O bullying corporativo pode incluir comportamentos como crítica verbal, ataques pessoais, humilhação, menosprezo e exclusão.
Infelizmente, esta prática está longe de ser incomum.
De acordo com pesquisas, 30% dos trabalhadores já sofreram bullying diretamente no trabalho.
O bullying corporativo prejudica a saúde e o bem-estar dos funcionários.
Também pode prejudicar a produtividade e o desempenho. A natureza negativa do bullying deixa cicatrizes duradouras que afetam o senso de autoestima, autoconfiança, saúde mental e geral da vítima.
Efeitos do bullying corporativo
O bullying no local de trabalho pode ter uma série de efeitos negativos.
A pesquisa sobre bullying corporativo quantifica as consequências pessoais para a vítima e as consequências fiscais que afetam os resultados financeiros da empresa.
Riscos à saúde
Os efeitos do bullying corporativo não terminam quando a vítima encerra seu expediente.
Sofrer bullying pode causar problemas de saúde física e psicológica, incluindo pressão alta, alterações de humor, ataques de pânico, estresse e úlceras.
Pessoas que sofrem bullying no trabalho também podem apresentar sintomas físicos como dores de cabeça, tensão muscular e alterações no apetite.
Além disso, o bullying pode impactar a qualidade e a duração do sono.
O bullying corporativo pode contribuir para o aumento do estresse, baixa autoestima e sentimentos de ansiedade e depressão.
A sensação de segurança de alguém é minada por interações desagradáveis contínuas, que podem causar ansiedade, tensão e até melancolia.
Pesquisadores descobriram que os colegas de trabalho daqueles que são vítimas de bullying também sofrem efeitos negativos, mesmo quando eles próprios não são as vítimas.
Um estudo mostrou que vítimas de bullying e aqueles que o testemunham têm mais probabilidade de receber uma prescrição de medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos, tranquilizantes e pílulas para dormir.
Efeitos no desempenho
O bullying tem um impacto negativo na capacidade de uma pessoa de fazer seu trabalho.
Devido ao desconforto mental causado, as vítimas frequentemente apresentam produtividade reduzida, absenteísmo aumentado e dificuldades de concentração.
Trabalhadores intimidados não conseguem desempenhar suas funções da melhor forma possível. Problemas de desempenho, incluem:
- incapacidade de trabalhar ou se concentrar;
- perda de autoestima;
- dificuldade em tomar decisões;
- menor produtividade.
Trabalhadores vítimas de bullying corporativo não só perdem motivação, como também perdem tempo porque estão preocupados em:
- evitando o agressor;
- fazer planos para lidar com a situação;
- pensar constantemente sobre a situação;
- tentar se defender.
As vítimas de bullying sentem uma sensação de isolamento. O bullying corporativo pode deixar a vítima tão traumatizada que ela se sente impotente, desorientada, confusa e desamparada.
Bullyng corporativo – mudanças no local de trabalho
O bullying no local de trabalho tem efeitos prejudiciais não só para a vítima e seus colegas de trabalho que o testemunham, mas também para os empregadores.
Além de perturbar o ambiente e impactar o moral dos trabalhadores, ele também pode:
- criar um ambiente de trabalho hostil;
- promover o absentismo;
- reduzir a produtividade;
- resultar em questões legais dispendiosas e possivelmente embaraçosas.
Outros efeitos sobre o empregador, incluem:
- custos adicionais para recrutar e treinar novos funcionários;
- desgaste da lealdade e do comprometimento dos funcionários;
- aumento do uso de licenças médicas, pedidos de assistência médica e rotatividade de pessoal;
- aumento do risco de ação legal;
- imagem pública e publicidade negativas.
Lidando com o bullying corporativo
Sofrer bullying no ambiente de trabalho é uma situação extremamente delicada, mas existem medidas que podem ser tomadas para lidar com isso de maneira efetiva.
Aqui estão algumas orientações para quem está enfrentando essa situação:
1. Reconhecer o problema
Como identificar o bullying? O bullying no trabalho pode incluir ações repetitivas como:
- humilhações públicas;
- críticas excessivas ou injustificadas;
- exclusão social no ambiente de trabalho;
- sabotagem de suas tarefas ou projetos;
- difamação, fofocas ou boatos maliciosos.
Dicas práticas:
Reflita sobre os comportamentos: isso está acontecendo frequentemente? Há intenção clara de humilhar, excluir ou prejudicar?
Entenda que bullying não é algo que você precisa suportar. Reconhecer que o problema existe é o primeiro passo para enfrentá-lo.
2. Documentar os incidentes
Por que é importante? Manter um registro detalhado dos incidentes é essencial para:
- construir um caso consistente, se você precisar reportar formalmente;
- provar os impactos no ambiente de trabalho, se necessário.
Como fazer isso? Use um diário ou uma planilha para registrar:
- data e horário do incidente;
- registro dos fatos de forma o mais detalhada possível;
- quem estava presente (testemunhas);
- suas reações e como você se sentiu.
Exemplo de registro:
“Dia 20/12/2024,às 09h30mim – Reunião da área de vendas, (nome do agressor) fez críticas pejorativas a respeito da minha apresentação na frente de toda a equipe, dizendo: “Você nunca faz nada direito”. Presentes: [nomes das testemunhas]. Me senti humilhado e inseguro.”
Dica extra:
Salve e-mails, mensagens no WhatsApp ou qualquer outro tipo de comunicação escrita com conteúdos ofensivos ou abusivos.]
3. Conversar com a pessoa, se possível
Por que isso ajuda? Algumas vezes, o agressor pode não perceber o impacto de seu comportamento, e uma conversa franca pode resolver a situação.
Como fazer?
- escolha um momento tranquilo para conversar;
- use uma abordagem respeitosa, mas assertiva;
- diga como o comportamento dele afeta você, sem ser agressivo.
Exemplo:
“Quero falar sobre algo que tem me incomodado. Na reunião de segunda-feira, seus comentários me fizeram sentir exposto e desconfortável. Para que isso não aconteça novamente, vamos conversar de forma mais construtiva no futuro.”
Importante:
Se você não se sentir seguro para confrontar o agressor diretamente, pule esta etapa e passe para as seguintes.
4. Buscar apoio
Por que é importante? Conversar com alguém pode aliviar a carga emocional e ajudá-lo a ter outra perspectiva sobre a situação.
O que fazer? Compartilhe sua experiência com:
- colegas de confiança no trabalho;
- amigos ou familiares fora do ambiente profissional.
Pergunte se outros colegas já perceberam ou vivenciaram comportamentos semelhantes do agressor. Isso pode fortalecer sua percepção de que não é algo isolado.
Dica:
Se sua empresa tiver um canal de ouvidoria ou comitê de ética, considere buscar orientação de forma anônima.
5. Denunciar formalmente
Quando denunciar? Quando o bullying persiste, mesmo após tentativas de conversa ou outras medidas, ou se você se sente inseguro para lidar diretamente com o agressor.
Como fazer?
- reúna toda a documentação e provas dos incidentes;
- solicite uma reunião com o RH, seu supervisor ou o responsável pela ouvidoria;
- apresente os fatos de maneira objetiva, sem exageros ou emoções excessivas.
O que incluir na denúncia?
- uma descrição clara e objetiva dos eventos;
- evidências, como e-mails ou mensagens;
- o impacto do bullying no seu desempenho e bem-estar.
Dica extra:
Mantenha uma cópia da denúncia e anote todos os passos da investigação para referência futura.
6. Conhecer seus direitos
Por que é importante? Você deve saber até onde pode ir legalmente para proteger sua integridade e emprego.
O que fazer? Consulte as leis trabalhistas sobre assédio moral e ambiente de trabalho.
O assédio moral é uma prática proibida, e você pode buscar suporte de sindicatos, órgãos de fiscalização do trabalho ou associações de classe.
Dica:
Caso necessário, procure um advogado especializado para orientações sobre processos legais ou rescisão de contrato por ambiente tóxico.
7. Priorizar a sua saúde mental
Por que isso é essencial? O bullying pode causar estresse, ansiedade, baixa autoestima e até depressão.
O que fazer?
- procure ajuda psicológica para lidar com os efeitos emocionais e recuperar a confiança;
- pratique autocuidado, incluindo na sua rotina atividades que você goste e ajudem a reduzir o estresse, como exercícios físicos, meditação ou hobbies.
Dica:
Algumas empresas oferecem programas de assistência ao funcionário com suporte psicológico gratuito.
8. Considerar outras opções
Se nenhuma medida resolver a situação, priorize sua saúde mental e profissional, buscando um ambiente de trabalho mais saudável.
O que fazer?
- atualize seu currículo e procure por novas oportunidades de emprego;
- reflita sobre o aprendizado dessa experiência e foque em ambientes que valorizem o respeito e a colaboração.
Responsabilidade do empregador em casos de bullying corporativo
O bullying corporativo, também conhecido como assédio moral, é um problema que pode causar danos significativos aos colaboradores e à organização como um todo.
Por isso, o empregador possui um papel central em prevenir, identificar e corrigir comportamentos abusivos no ambiente de trabalho.
Abaixo, detalhamos as responsabilidades do empregador em cada etapa desse processo:
Prevenção
A prevenção é a primeira linha de defesa contra o bullying corporativo. Cabe ao empregador:
Políticas claras
Elaborar e implementar um código de conduta que deixe claro que o bullying corporativo não será tolerado.
Essas políticas devem ser amplamente divulgadas e incluir exemplos de comportamentos inaceitáveis, como humilhação, isolamento ou agressões verbais, bem como as consequências para quem os pratica.
Treinamento e conscientização
Promover treinamentos regulares para todos os níveis da organização, com foco em comportamento ético, resolução de conflitos e respeito mútuo.
Também é importante capacitar os gestores para identificar sinais de bullying e agir de forma proativa.
Cultura organizacional
Incentivar um ambiente de trabalho baseado em valores como respeito, empatia e diversidade.
Isso pode ser feito por meio de campanhas internas, reconhecimento de comportamentos positivos e comunicação constante sobre a importância do bem-estar no trabalho.
Identificação
Identificar situações de bullying corporativo é essencial para a ação rápida. Os empregadores devem estar atentos a:
Queixas formais ou informais
Criar canais seguros e acessíveis para que os colaboradores possam relatar episódios de bullying, seja por meio de um setor de RH, ouvidoria ou plataforma anônima.
Mudanças comportamentais
Observar sinais como queda de produtividade, aumento do absenteísmo, desmotivação ou comportamento retraído de alguns colaboradores, que podem ser indícios de assédio moral.
Indicadores organizacionais
Altos índices de rotatividade, conflitos frequentes entre equipes ou relatos de insatisfação no clima organizacional também podem apontar para problemas relacionados ao bullying.
Ação corretiva
Quando o bullying é identificado, é responsabilidade do empregador tomar medidas imediatas para resolver a situação, como:
Investigação imparcial
Conduzir uma apuração justa e confidencial para entender a dinâmica do caso.
Essa investigação deve envolver todas as partes, garantindo que os depoimentos sejam ouvidos de forma equitativa.
Ações disciplinares
Caso o bullying seja comprovado, o empregador deve aplicar as sanções previstas na política interna da empresa.
Isso pode incluir advertências, suspensões ou, em casos graves, desligamento do colaborador responsável.
Revisão de processos internos
Avaliar se a situação foi causada ou agravada por falhas organizacionais, como ausência de supervisão adequada, e implementar melhorias para evitar casos futuros.
Apoio às vítimas
Proteger e oferecer suporte às vítimas é fundamental para reparar os danos causados e evitar retraumatização:
Assistência psicológica
Disponibilizar acompanhamento com psicólogos ou assistência médica, caso necessário, para apoiar a vítima no processo de recuperação.
Ambiente seguro
Garantir que a vítima não seja exposta a novas situações de bullying ou retaliação.
Isso pode incluir mudanças na estrutura da equipe, realocação ou afastamento do agressor.
Reintegração
Trabalhar para que a vítima se sinta valorizada e confiante novamente no ambiente de trabalho, promovendo iniciativas de acolhimento e inclusão.
Cumprimento da lei
O empregador também possui responsabilidades legais em relação ao bullying corporativo:
Legislação trabalhista
O assédio moral é uma violação da legislação trabalhista.
A negligência em prevenir ou corrigir situações de bullying pode resultar em processos trabalhistas, com a obrigação de indenizações por danos morais e materiais.
Responsabilidade civil
Se a empresa for considerada conivente ou omissa, pode ser responsabilizada por meio de penalidades financeiras ou administrativas aplicadas pelos órgãos fiscalizadores.
Cumprimento de normas regulamentadoras
No Brasil, por exemplo, a NR-17 prevê a promoção de condições de trabalho saudáveis. Descumpri-las pode levar a multas ou interdição de atividades.
Papel da liderança
Os gestores desempenham um papel crucial no combate ao bullying corporativo. É dever deles:
Dar o exemplo
Demonstrar comportamentos respeitosos e éticos, servindo como modelo para a equipe.
Monitorar o ambiente
Estar atento ao clima organizacional e atuar de forma proativa para resolver conflitos antes que eles escalem.
Promover o diálogo
Incentivar a comunicação aberta e a resolução de problemas de forma colaborativa.
Conclusão
O bullying corporativo é um problema que afeta não apenas as vítimas diretas, mas também a produtividade, o clima organizacional e a reputação da empresa.
A responsabilidade do empregador não se limita a lidar com casos específicos, mas inclui criar um ambiente onde comportamentos abusivos sejam prevenidos e combatidos ativamente.
Negligenciar essa responsabilidade pode resultar em prejuízos legais, financeiros e, principalmente, humanos.
Com o RHbot você encontra o talento ideal para cada vaga, criando um processo seletivo mais ágil e assertivo. Automatizando processos você elimina erros e economiza dinheiro! Cadastre-se no link abaixo, experimente nosso sistema online de forma gratuita e transforme os resultados do seu RH.