O que é Neuroliderança e os Benefícios para Líderes

Promover uma liderança adequada é uma das principais preocupações de qualquer organização. Isto afeta não só o trabalho, mas também a motivação e o bem-estar dos colaboradores.

O mercado mudou significativamente nos últimos anos, exigindo mais flexibilidade e o surgimento de novas opções.

Isso ocorre porque muitos especialistas dedicam seu trabalho ao estudo da produtividade e do desempenho dos funcionários.

Portanto, estratégias e ações estão atualmente sendo modificadas para outras, onde a inclusão e a comunicação são fundamentais.

Foi assim que nasceu a neuroliderança corporativa, que continua contribuindo para este trabalho como uma estratégia comprovada e com excelentes resultados.

Neste artigo, vamos abordar o que é neuroliderança dentro das organizações e os benefícios que essa nova visão traz para os líderes, com base nos últimos avanços da neurociência.

O que é neuroliderança?

Neuroliderança é um termo que foi cunhado pelo Dr. David Rock, em um artigo de 2006 para Strategy+Business: “The Neuroscience of Leadership”.

É a aplicação do que aprendemos com o estudo da neurociência à disciplina de liderança.

Neuroliderança refere-se a um método empresarial de gestão de recursos humanos que utiliza o conhecimento do cérebro para liderar grupos de colaboradores.

Ela trata da compreensão da relação entre gestão e interação entre os indivíduos.

Esclarece como esses comportamentos afetam o cérebro e leva esses fatores em consideração para determinar quais são as qualidades mais importantes de um líder.

Portanto, tornou-se importante no ambiente de trabalho garantir o aproveitamento do potencial dos colaboradores.

Os departamentos de gestão de talentos ou de recursos humanos devem incorporar estes estudos no desenvolvimento de programas para ajudar os líderes empresariais a compreender e comunicar melhor com os seus funcionários.

A neurociência ajuda os líderes a se conectarem melhor com seus seguidores e a criar uma comunicação mais significativa e positiva entre ambas as partes.

As técnicas de neuroliderança incluem elementos verbais e não-verbais, atenção, observação e repetição, e máxima personalização de cada mensagem enviada aos colaboradores.

A neuroliderança oferece ferramentas e insights sobre:

• desenvolvimento de liderança;
• treinamento e coaching gerencial;
• mudança de gestão;
• motivação no local de trabalho;
• diversidade e inclusão;
• desenvolvimento organizacional;
• gestão de desempenho.

A neuroliderança analisa como as pessoas operam em contextos sociais, para:

• influenciar uns aos outros;
• colaborar;
• resolver problemas;
• tomar decisões;
• regular seu estado emocional;
• motivar a si mesmos e aos outros;
• facilitar a mudança.

Princípios da neuroliderança

Os princípios gerais para aplicação da neuroliderança são os seguintes:

O cérebro de cada pessoa é diferente

Esta premissa, que está intimamente relacionada com os princípios básicos que mencionamos, nunca deve ser esquecida.

Embora acreditemos ter encontrado a chave para manter o alto desempenho no trabalho, sempre existirão profissionais com processos cerebrais diferentes.

É necessário um sistema de recompensas

A fim de que o cérebro identifique determinados comportamentos como positivos, é importante estabelecer um eficaz sistema de recompensas.

Na verdade, trata-se de uma aplicação da conhecida técnica de reforço positivo, em que o bom comportamento é recompensado para que os colaboradores o internalizem.

Informação emocional

Os gestores não podem confiar apenas no profissionalismo dos seus colaboradores ou em questões técnicas e objetivas.

O cérebro responde mais rapidamente aos estímulos emocionais, o que resulta em um aprendizado mais importante.

A mente está estruturada para colaborar

Muitos gestores ficam surpresos ao ver como funcionários que nunca trabalharam juntos podem colaborar para superar situações particularmente difíceis.

Qualidades de um bom líder

A imagem de um neurolíder é muito desejável para qualquer empresa. Para isso, é necessário desenvolver as seguintes qualidades:

Inteligência emocional

Essa característica já foi mencionada e, claro, é muito relevante para o neurogerenciamento.

Os líderes de equipe devem ser capazes de reconhecer emoções e desenvolver empatia para com os funcionários.

Facilidade de aprendizagem

Compreender a lógica do comportamento e dos processos mentais dos colaboradores não é fácil.

Um bom líder deve ter a capacidade de aprender e também ser capaz de reter o que aprendeu para usá-lo quando for relevante.

Interesse pelos trabalhadores

Todo líder deve ter essa qualidade, quer use princípios neurocientíficos ou não.

Para realmente compreender seus comandados, você deve realmente se preocupar com eles. Caso contrário, será difícil compreendê-los suficientemente bem para aplicar as teorias de neuroliderança.

Atitude de diálogo

De pouco adianta intuir os processos cerebrais e os sentimentos de um colaborador se você não conseguir estabelecer um diálogo calmo e construtivo com ele.

Um gestor não pode esperar que os funcionários entendam sua mensagem e tomem as medidas desejadas em todas as situações.

É prático formular discursos claros, didáticos e coerentes para cada situação individual.

Habilidades de negociação

Quando os funcionários estão sob algum tipo de estresse, suas reações costumam ser imprevisíveis.

Como resultado, podem surgir conflitos entre eles, e esses conflitos podem, em última análise, afetar as operações da empresa.

A neurogestão também requer habilidades de negociação para encontrar pontos em comum entre os funcionários e garantir um bom ambiente de trabalho.

Neuroliderança: 5 aplicações práticas

A pandemia forçou-nos a desenvolver nossa capacidade de liderança de formas inesperadas.

No entanto, num mundo pós-pandemia, os líderes empresariais podem desenvolver ainda mais estas competências aplicando a neuroliderança a cinco dimensões organizacionais principais. São elas:

Resiliência

Os líderes empresariais podem encorajar padrões de pensamento resilientes através da atenção plena, exercício e outras técnicas de regulação emocional.

Outras estratégias baseadas na neurociência incluem reenquadrar as ameaças como desafios e envolver-se em monotarefa em vez de multitarefa sem foco.

Criatividade e inovação

As redes neurais funcionam melhor quando estão livres de distrações como e-mail, telefonemas e Internet.

Estudos também mostram que a multitarefa prejudica a nossa capacidade de alocar os recursos do nosso cérebro de uma forma que corresponda às nossas prioridades.

Relacionamento e construção de redes

Os líderes podem fortalecer os relacionamentos no local de trabalho por meio de práticas de gestão que promovam a produção de oxitocina, que é o neurotransmissor associado ao aumento da confiança.

Isso inclui dar às equipes tarefas difíceis, mas realizáveis, com um fim específico e permitir que os funcionários tenham liberdade de ação sobre como realizam seu trabalho.

Engajamento dos colaboradores

Os líderes na área de gestão de talentos podem usar a neurociência para melhorar o envolvimento dos funcionários, educando outros líderes em sua organização sobre como desenvolver relações de trabalho positivas com suas equipes.

Os líderes de recursos humanos e gestão de talentos podem querer reavaliar o acesso 24 horas por dia, 7 dias por semana à tecnologia e outras práticas que podem reduzir o foco.

Aprendizagem virtual

Os líderes empresariais podem aumentar a eficácia da aprendizagem virtual envolvendo o hipocampo, que é a estrutura cerebral associada ao armazenamento de novas memórias.

Por exemplo, a aula virtual ideal deve incluir intervalos a cada 15 a 20 minutos. Isso permitirá que os alunos se concentrem totalmente na aula quando ela for retomada.

Neuroliderança como método de inovação

Existem boas razões para gestores e líderes de inovação prestarem atenção à neuroliderança.

Embora ainda esteja na sua infância, o campo tem sido elogiado pela sua abordagem altamente interdisciplinar e pela sua combinação de descobertas psicológicas e neurocientíficas, com investigação organizacional para informar as melhores práticas em liderança e gestão.

As abordagens de gestão baseadas no cérebro podem melhorar a nossa compreensão de como o pensamento criativo é possibilitado, como as recompensas devem ser estruturadas, o papel da emoção na tomada de decisões e as oportunidades e armadilhas da multitarefa – todas as coisas que podem ajudar a promover uma cultura inovadora.

Os cientistas já identificaram até 15 redes e sub-redes cerebrais, e a descoberta de como um destes sistemas neurais centrais se comporta tem implicações importantes para gestores e líderes que procuram apoiar a inovação.

A rede “padrão” ou “tarefa negativa” foi descrita pelos pesquisadores Adam Waytz e Malia Mason como “inovadora” porque mostra que, mesmo quando as pessoas não estão concentradas em tarefas específicas, uma rede distinta de regiões cerebrais ainda é ativada.

Para Waytz e Mason, esta “descoberta leva-nos a acreditar que ter tempo livre sem foco é um fator importante e subutilizado em inovações revolucionárias”.

Citam vários exemplos de empresas que estão utilizando o “tempo livre para tarefas” como forma de catalisar a inovação.

Um exemplo é o Google, com a sua famosa política de “20 por cento do tempo”, segundo a qual os engenheiros da empresa têm, em princípio, um dia por semana para trabalhar no que quiserem.

Outros exemplos incluem a empresa de marketing Maddock Douglas, que dá aos funcionários 100 a 200 horas por ano para trabalhar em qualquer coisa que lhes interesse, e a empresa de consultoria BrightHouse, que oferece aos seus funcionários cinco “Seus Dias” por ano para refletir e simplesmente associar livremente.

Benefícios da neuroliderança para os líderes

Aplicar essa tendência ao local de trabalho traz muitos benefícios para os gestores. Aqui estão os mais significativos:

• eficácia na tomada de decisão;
• maior autocontrole;
• capacidade de coordenar adequadamente as atividades e tarefas diárias;
• eficiência na delegação de tarefas;
• autonomia nos funcionários.

Para melhorar o desempenho da organização, pode ser uma boa ideia fazer um curso de neuroliderança em recursos humanos.

É importante avaliar estas características nos processos de recrutamento, identificando as capacidades dos nossos colaboradores, incluindo testes psicométricos, testes de inteligência, ética, honestidade e valores, entre outros.

Tanto os proprietários como os gestores de empresas procuram frequentemente formas de se tornarem líderes melhores.

Portanto, recorrer a esta abordagem bastante moderna permitirá que se concentrem em como as pessoas tomam decisões, colaboram entre si e desempenham suas funções no local de trabalho.

Investigar mais o funcionamento interno mente e corpo ajudará a entender por que fazemos as coisas que fazemos.

Como resultado, você será capaz de se adaptar e encontrar novas estratégias que melhorem suas capacidades em uma função de liderança.

Essa abordagem nos faz pensar nas melhores práticas de interação e como são afetadas pela fisiologia do cérebro.

A ideia por trás disso é criar uma prática mais influente e uniforme em relação ao treinamento de liderança, coaching e mentoring.

Cientistas e acadêmicos que trabalham nesta área continuam estudando indivíduos particularmente produtivos e aqueles que são altamente avaliados em suas áreas.

As informações são coletadas com base em seus pontos fortes e em como atuam em diferentes situações. Isso pode incluir sua capacidade de:

• influenciar outros;
• resolver problemas e implementar soluções inovadoras;
• tomar decisões;
• colaborar com subordinados ou superiores;
• controlar as emoções;
• motivar suas equipes e a si mesmo;
• fazer mudanças.

A aplicação dos fatos e números da neurociência a esta ideia mais abstrata produziu um campo em rápido desenvolvimento.

Como resultado, foram descobertos novos insights para tornar os líderes melhores e reaprenderem hábitos que podem estar impedindo seu crescimento.

Mas como exatamente a neurociência desempenha um papel no impacto das habilidades de liderança?

Gerenciando o estresse

Embora possa não ser tão fácil, existem aplicações na neurociência que nos permitem compreender as reações do nosso corpo ao estresse e quando corremos maior risco de sofrer os efeitos negativos.

Se ficarmos sobrecarregados no trabalho ou formos jogados em uma situação desconfortável, nossa resposta de luta ou fuga poderá ser ativada.

É aqui que decisões precipitadas podem ser tomadas ou mudanças desinformadas podem ser implementadas sem a devida consideração.

A neurociência no local de trabalho proporciona aos líderes a capacidade de perceber quando esta resposta foi ativada.

A vantagem disso é atingir não apenas seus próprios limites, mas também os de seus funcionários.

Uma vez que você consiga identificar isso, suas habilidades de gerenciamento serão aprimoradas e você poderá minimizar o impacto dessas reações o mais cedo possível.

Você será mais capaz de criar um ambiente em que a equipe se sinta compreendida e acomodada em uma função que atenda às suas necessidades.

Como resultado, você verá um grande aumento nos níveis de produtividade e satisfação no trabalho.

No longo prazo, sua empresa verá indivíduos mais adaptáveis, que receberam orientação emocional e pessoal.

A redução do esgotamento e dos conflitos entre clientes ou colegas é um dos resultados mais valiosos desta abordagem para se tornar um líder melhor.

Mentoria aprimorada

A integração, o aprendizado e desenvolvimento contínuos são partes essenciais da liderança.

Liderar significa ser capaz de direcionar as pessoas, oferecendo apoio e conselhos que lhes permitam se destacar.

A neurociência nos dá uma compreensão mais profunda de como funciona o cérebro humano, o que pode ajudá-lo a se tornar um líder melhor e a oferecer os mais altos padrões de suporte.

Essencialmente, podemos entender o que motiva as pessoas e como aprendem melhor. Personagens diferentes irão preferir métodos variados de gerenciamento e treinamento.

Embora caiba parcialmente a eles informar o que precisam para produzir o melhor trabalho, também será benéfico para você reconhecer o potencial.

A neurociência oferece insights sobre os tipos de pessoas que talvez precisem de mais microgerenciamento e apoio e aquelas que trabalharão melhor de forma independente.

Identificar isso desde o início tornará a integração muito mais bem-sucedida, reduzindo o risco de testes de habilidades desnecessários e de perda de tempo de gerenciamento com funcionários capacitados.

Isso não apenas irá garantir que seu tempo seja usado com sabedoria, mas também permitirá que sua equipe tenha sucesso.

Isso beneficia a pessoa, pois ela pode trabalhar da maneira que melhor lhe convier. Como resultado, a empresa se beneficiará dos resultados mais eficazes e produtivos.

Facilitando a mudança

As aplicações por trás da neuroliderança vêm de descobertas relacionadas a líderes, gestores e empreendedores altamente bem-sucedidos.

Estas são as pessoas que terão mais voz na implementação de novas estratégias ou na eliminação das antigas.

Por causa disso, podemos recorrer às teorias usuais que nos ajudariam a enfrentar a mudança.

Mas também podemos considerar o funcionamento interno do nosso próprio cérebro e o dos clientes, partes interessadas ou qualquer pessoa que possa ser afetada.

A vantagem é ter uma visão mais clara e equilibrada da situação e ser capaz de intervir com soluções inovadoras, mas equilibradas.

As aplicações neurocientíficas também podem nos ajudar a compreender a aversão das pessoas à mudança.

Podemos vincular isso ao estresse e à constatação de que decisões desinformadas impactam negativamente os negócios.

Causa e efeito é uma área complicada de entender.

No entanto, a neurociência dá-nos esta capacidade de empatia e, como resultado, tornamo-nos capazes de aplicar a abordagem certa para a situação certa.

Nunca vai agradar a todos, mas esse amplo conhecimento faz com que tenhamos vantagem em qualquer problema.

Envolvendo sua equipe

A maioria de nós prospera na interação social. Somos construídos para envolver e formar relacionamentos.

Ao fazer isso, oferecemos mais oportunidades de criatividade e crescimento. Dentro de um ambiente de trabalho, essas duas coisas são críticas.

Não apenas pela qualidade do trabalho que produzimos, mas também pela satisfação no trabalho.

Somos movidos pela comunicação e pelo envolvimento com outras pessoas como nós.

Com um pouco de neurobiologia incluída, as interações com amigos e colegas podem melhorar nosso humor e fazer fluir a criatividade.

As partes que disparam em nosso cérebro quando fazemos isso nos ajudarão a nos manter engajados e focados na tarefa em questão.

Reconhecer isso em seus funcionários significa que você pode criar uma atmosfera estimulante e sociável, permitindo que sua equipe prospere.

Isso irá melhorar suas habilidades de liderança e capacidade de formar uma equipe diversificada e inspiradora.

Motivação é algo que todos nós precisamos de vez em quando.

Ter um gerente que possa manter os colaboradores ativos e implementar práticas para aumentar a produtividade provavelmente fará com que esses trabalhadores permaneçam e façam um bom trabalho!

Regulando emoções

Já falamos sobre a gestão do estresse, mas, como seres humanos, passamos por muito mais emoções do que apenas uma. Mesmo no trabalho.

Da raiva à excitação, tanto as emoções positivas como as negativas afetarão as nossas capacidades de resolução de problemas e a forma como nos apresentamos aos colegas, clientes e gestores.

Pode significar que reagimos de uma forma que normalmente não faríamos, causando um efeito de arrastamento na qualidade do nosso trabalho ou na qualidade do nosso julgamento.

A neurociência ajuda a compreender muito melhor essas emoções e a reconhecer quando estamos sendo influenciados por outros fatores.

Como resultado, ficamos numa posição muito melhor para regular estas emoções extremas e voltar a uma abordagem equilibrada.

Se você deseja se tornar um líder melhor, isso é algo que você não pode desconsiderar.

Os conflitos entre você e os membros da equipe surgirão com menos frequência, você poderá ter conversas valiosas e resolver problemas da melhor maneira possível.

Os funcionários sempre apreciarão um estilo de gestão calmo e controlado. Isso torna a vida muito mais fácil e o trabalho muito mais agradável.